[19:38, 10/5/2018] Rui Manbol: Um grupo de amigos sintonizados pelo apreço ao perigo tomaram, em 1997, uma decisão aparentemente desmiolada: “Vamos surfar a pororoca!”.Munidos da típica irreverência dos surstas, pranchas na mão e uma ideia xa na cabeça, eles deram início, 17 anos atrás, a uma jornada repleta de riscos, adrenalina, superação e aprendizado.
Uma aventura contada com riqueza de detalhes no livro “Auêra-Auara – A História do Surf na Pororoca”, que será lançado no próximo dia 1º de julho, às 19 horas, no Galpão 3 da Estação das Docas, em Belém do Pará.Organizado por Noélio Sobrinho, um pioneiro que se tornou expert no assunto com mais de 150 pororocas já surfadas, o livro documenta a descoberta do fenômeno pelos surstas e as primeiras tentativas de domar a grande onda, que se eleva a até 4 metros do nível dos estuários, penetrando no curso dos rios a uma velocidade impressionante, solapando barrancos, roendo vegetações e redesenhando o mapa ribeirinho.
Com o texto envolvente do jornalista Paulo Silber e imagens fantásticas dos fotógrafos Paulo Santos, Raimundo Paccó, Rick Werneck, Dênis Sarmanho, Natinho Rodrigues, Antony Colas, Nicolas Picat e Vianei Bentes, “AuêraAuara” revela como a temida pororoca se transformou numa generosa aliada dos surstas na criação de eventos com cacife internacional e grande repercussão econômica e social nas cidades onde o fenômeno ocorre.[19:39, 10/5/2018] Rui Manbol: “O que antes era uma arriscada incursão nos domínios misteriosos da Bacia Amazônica é hoje uma deliciosa diversão que mobiliza enorme aparato de segurança, utiliza tecnologia de ponta e coloca remotas localidades da região no mapa mundial do turismo esportivo”, narra o livro.
O surf na pororoca já foi transmitido para mais de 1 bilhão de pessoas, ao vivo, do coração da Floresta Amazônica, pela Estatal Chinesa CCTV, e foi tema de lmes, documentários, reportagens, teses de mestrado e até reality show. Hoje, atrai cada vez mais atletas e turistas dos quatro cantos do Mundo. O livro acompanha a trajetória dos surstas no dorso das grandes ondas nos rios Araguari (AP), Amazonas e Capim (PA), Mearim e Pindaré (MA) e a caçada internacional às pororocas da França, China e Indonésia.Com depoimentos de estrelas de primeira grandeza do surf mundial e de celebridades adeptas dos esportes radicais, “Auêra-Auara” é também um importante documento de como Homem e Natureza podem encurtar distâncias para viver em harmonia, mesmo quando se desaam.“O surf tem uma relação muito forte com a Natureza e ali, na pororoca, ele se mistura com as lendas e verdades da selva”, diz o big rider Carlos Burle, tricampeão mundial de ondas gigantes.
“Cada vez que eu fui à pororoca, a onda era diferente. Mas, o que mais marca é que você ouve ela chegando antes mesmo de conseguir vê-la”, conta Rick Werneck, fotógrafo especialista em surftrips e o primeiro a registrar o surf na pororoca.“Quando vi a onda no horizonte, vindo em minha direção, perfeita, de margem a margem, achei quase surreal. Foi uma experiência inesquecível”, lembra o astro Rodrigo Santoro. “A onda cresceu e eu, no rio, me sentindo pequeno. Vieram as sensações de medo e inquietude diante do desconhecido. Ficará pra sempre na minha memóri