O futebol de areia (português brasileiro) ou futebol de praia (português europeu) é um tipo de futebol jogado na areia. É bastante recente enquanto, como esporte organizado, datando de 1992 a sua institucionalização em sua forma atual, mas já é praticada há muitas décadas como variante de lazer.
O esporte organizado pratica-se num campo com no mínimo 40 cm de profundidade, e entre 35 e 37 m de comprimento por entre 26 e 28 m de largura. Os gols tem 2,50m de altura por 5,45m de extensão.
A linha do meio de campo é demarcada por dois postes com bandeiras vermelhas. A nove metros de distância da linha do gol, uma linha imaginária, marcada desta vez por postes com bandeiras amarelas, indicam a área de pênalti e portanto a marca onde as penalidades devem ser cobradas (na parte central desta linha).
E, assim como no futsal, existe uma área para substituições ao longo da linha lateral. Apesar de ter uma circunferência idêntica a uma bola de futebol normal (entre 68 e 70 cm), uma bola de futebol de praia é consideravelmente mais leve. Pesando de 400 a 440 gramas, é inada no começo do jogo com uma pressão entre 0.375 e 0.8 bars. Uma partida de futebol de areia é jogada entre duas equipas de seis jogadores de linha, e um guardaredes.
Seis jogadores adicionais são permitidos no banco de reservas. Como no futsal, um número ilimitado de substituições (incluindo os goleiros) pode ser realizado em qualquer momento do jogo. Aos jogadores de futebol de praia não é permitido jogar com qualquer tipo de calçado. Eles devem estar descalços.
O guarda-redes pode agarrar a bola dentro de sua área e tem permissão de usar luvas e traje adequado. Cada partida tem dois juízes/árbitros, ambos com igual autoridade para aplicar as leis do jogo. Em adição, um terceiro juiz e um responsável pela marcação do tempo cam sentados na mesa de tempo, que ca na linha de meio de campo, ao mesmo lado da área de substituição.
Partidas são jogadas em três períodos iguais de 12 minutos de bola rolando. O tempo é parado quando um gol é marcado, quando o juiz apita uma falta ou tiro livre direto, ou quando um time tenta fazer cera (do ponto de vista dos juízes). Há um intervalo de 3 minutos entre cada período. No caso de um empate, prorrogação de três minutos deve ser disputada, seguida de uma disputa por pênaltis, caso necessário. A bola deve ser colocada de volta em jogo seja por arremesso ou por chute a um companheiro de time. Goleiros podem apenas recomeçar o jogo com as mãos.
Não existem tiros indiretos no futebol de areia. Todos os tiros livres são diretos e chutados do lugar onde a falta foi cometida, ou da linha de meio-campo (para certas ofensas como cera na área, um 2º atraso para o goleiro na mesma jogada, um goleiro recomeçar o jogo chutando a bola, etc.). Um pênalti é marcado se a falta é cometida dentro da área de pênalti.
Barreiras não são permitidas nos tiros diretos. O Tiro livre é sempre batido pelo jogador que sofreu a falta, exceto se este estiver lesionado. Se se vericar uma das ofensas atrás referidas, a equipe pode escolher um jogador para marcar o livre. Na falta que for cometida em seu próprio campo, todos os outros jogadores que não o cobrador devem permanecer pelo menos a cinco metros da bola, mas não diretamente entre a bola e o gol. Se a falta foi cometida no campo de ataque, todos os jogadores deve permanecer atrás da bola. Para faltas duras, um jogador deve receber um cartão amarelo.
Por faltas graves ou após um segundo cartão amarelo, o jogador será punido com um cartão vermelho e deve retornar ao balneário imediatamente. Após dois minutos de inferioridade numérica, o time desse jogador pode colocar um novo jogador.
Em 1998, a m de se adequar à legislação brasileira vigente (Lei Pelé), três federações estaduais fundaram a Confederação Brasileira de Beach Soccer (CBBS). À época contando com 22 federações estaduais liadas, a entidade tinha a responsabilidade de gerir a modalidade, organizando competições em parceria com as federações, sendo elas interestaduais, nacionais ou internacionais.
Os primeiros jogos, ainda como exibição, foram disputados em 1993. Em 1994, com um plano de desenvolvimento e expansão, a modalidade passou a ser praticada nos quatro cantos do planeta. Na Europa, em 1996, foi criada a Liga Européia, e atualmente quase 120 países participam de competições pelo mundo, alguns deles, inclusive, na versão feminina.
No início de 2005, o beach soccer recebeu a chancela da FIFA, que realizou em maio daquele ano, na praia de Copacaba, no Rio de Janeiro, a primeira edição da Copa do Mundo FIFA. A França cou com o título, vencendo Portugal na nal, e o Brasil completou o pódio, na terceira posição. A ‘Cidade Maravilhosa’ voltou a sediar a competição em 2006 e 2007, e a Seleção Brasileira, empurrada pela torcida, conquistou o bicampeonato mundial invicto.
Em 2008, a Europa recebeu a Copa do Mundo. E na francesa Marselha, o Brasil subiu ao topo do pódio mais uma vez. Em 2009, o lme se repetiu em Dubai (Emirados Árabes), com o tetracampeonato mundial invicto dos ‘reis da praia’. Depois da passagem pelo ‘mundo árabe’, a Copa do Mundo passou a ser disputada a cada dois anos, ou seja, apenas nos anos ímpares. Ravenna, na Itália, foi escolhida como sede da edição 2011, e a Rússia sagrou-se campeã mundial pela primeira vez, vencendo o Brasil na nal por 12 a 8.
Itinerante, a Copa do Mundo chegou a Papeete (Taiti) em 2013 para consagração do beach soccer russo, que conquistou o segundo título mundial ao bater a Espanha na decisão por 5 a 1. A Seleção Brasileira cou com a terceira posição. Em 2015, foi a vez de Espinho (Portugal) sediar uma edição FIFA e os antriões aproveitaram bem a oportunidade, conquistando o título inédito ao derrotarem os taitianos por 5 a 3. O Brasil terminou na quinta colocação. No mesmo ano, foi fundada a Confederação de Beach Soccer do Brasil (CBSB), reconhecida por CBF, Conmebol e FIFA como entidade máxima da modalidade no país.
Entre as grandes potências da atualidade, além do tetracampeão invicto Brasil (2009/2008/2007/2006), estão a bicampeã mundial Rússia (2013 e 2011), os campeões Portugal (2015) e França (2005), e os vice-campeões Itália (2008), Suíça (2009), Espanha (2013) e Taiti (2015).
Em 2017, Bahamas recebeu a nata do beach soccer. Nassau, capital da paradisíaca Bahamas, sediou a nona edição da Copa do Mundo FIFA e o Brasil chegou ao Caribe ostentando uma invencibilidade de 29 partidas, embalado por sete títulos sob o comando de Gilberto Costa, e com um objetivo muito bem denido: colocar a quinta estrela no peito. Impecável, a Seleção Brasileira venceu Taiti (duas vezes), Polônia, Itália, Portugal e Japão para conquistar o pentacampeonato invicto, retomando a hegemonia mundial. Depois do Mundial, o Brasil ainda conquistou alguns títulos, entre eles o tricampeonato da Copa Intercontinental Dubai, em novembro, alcançando 47 jogos de invencibilidade.